
Hudinilson JR – Anna Mazzei
o CORPO sempre como princípio
collage, mail art, fotografia,
XEROX
O CORPO XEROCADO
– utilizar o CORPO como matriz, a partir da criação de uma relação especial de trabalhar no contato físico entre ideia e o processo mecânico; debruçando-me e deitando-me por inteiro sobre o visor da XEROX, compondo assim formas/texturas. o XEROX recria o CORPO de maneira própria, destruindo detalhes e valorizando outros, resultando imagens que se aproximam da abstração, num exercício de leitura/visão.
– o CORPO (meu/masculino) contido no espaço de uma cópia XEROX, transforma-se em módulo que se justapõe ou sobrepõe numa sequência.
– a experimentação contínua dos valores oferecidos pelo processo XEROGRÁFICO, definirão os valores individuais de cada proposta. entender os limites impostos pela máquina e ampliar seus recursos, dominar estes limites, invertendo assim as relações, fazendo com que a máquina seja veículo e co-autora deste trabalho.
FOTOGRAFIA
O CORPO FOTOGRAFADO
– a transposição da mídia, utilizando sempre a mesma matriz, o CORPO (meu/masculino), esgotando cada vez mais o assunto.
– a(s) diferença(s) particular(es) de cada máquina; a textura e a diagramação própria do mídia xerográfico em contraposição à imagem da FOTOGRAFIA.
– o CORPO contido no espaço de cada fotograma, focalizado no visor de uma máquina comum e sem a apropriação de maiores recursos/efeitos especiais, transforma-se em módulo que se justapõe ou sobrepõe numa sequência.
– o retrato é auto-retrato; me FOTOGRAFAR procurando-me através do visor, não utilizando de outros recursos, tais como espelhos; me procurar, me enquadrar e “bater” a chapa; até onde meu olho, através desse visor mecânico, consegue me ver; me fragmentar, dividir as partes do corpo, divisão esta ainda em contraponto com a forma de divisão da xerografia, e ainda, depois da foto, copia-la pela xerox, e assim contrapor as diferentes cópias; meu CORPO transmutado.
A primeira tragédia e o fim.
As testemunhas do assustador espetáculo – cuja aspecto e forma nenhuma árvore representa melhor que o pinheiro – fizeram uma descrição impressionante e contaram também sobre o fim trágico do velho.
O velho arrebatado pela paixão – científica – pegou o trem para observar de perto o fenômeno assustador e morreu ao socorrer o amigo.
Sobre as chamas que se elevaram, formou-se rapidamente uma enorme e escura nuvem que ofuscou o sol.
Um diluvio de rochas e escórias incandescentes caiu sobre a cidade.
Desabaram muros e telhados e, depois, toda e qualquer forma de vida foi destruída por uma onda de água e cinzas.
Na escuridão, o cenário apocalíptico é alimentado por relâmpagos, terremotos e maremotos; os poucos sobreviventes que fugiram foram alcançados pelos gases venenosos que se propagaram por todo o lado.
Este inferno durou três dias e, depois, um silêncio absoluto.
O despertar após dezenove séculos.
Estão todos adormecidos; cidades estão sendo reconstruídas mais ou menos nos mesmos lugares de antes.
As pessoas temem terríveis feitiços. Ladrões e caçadores de tesouros vasculham tudo o que se encontra à vista e depois o lugar é esquecido e perdem-se todos os vestígios. Passam mil e seiscentos anos antes que se encontrem os primeiros objetos e outros cento e cinquenta para que se tenha a sensação de uma nova descoberta.
Uma antiga porta por onde, hoje em dia, se inicia o encontro indica o caminho, porém, antes de chegar à porta é bom notar a imponência da paisagem: à direita encontram-se as ricas casas da “insula occidentalis”, à esquerda as necrópoles e a íngreme rampa calçada que conduz aos dois arcos reservados aos animais e aos carros de puxar que traziam do mar sal e peixe.
Ao sul estupendas colunas e uma série de pinturas decorativas que se espalham por duas salas, um espetáculo inesquecível: olhando ao redor com máxima concentração assistimos à um ritual, interpretado para nós, por 29 atores numa cena contínua, solene, silenciosa, carregada de um mistério profundo. Lentamente, figuras, símbolos e objetos, parecem assumir vida numa nova dimensão, fora da realidade sensorial.
A casa do poeta trágico.
Um menino lê o ritual da iniciada.
A iniciadora observa e tem um “volumen” à esquerda.
A oferente dirige-se à administradora do sacrifício sagrado sendo ajudada pelas servas.
Cena doméstica –
Um jovem toca a lira extasiado pela visão divina.
Uma jovem toca uma flauta e um “sátiro” acalma um cervo.
A iniciada aterrorizada olha para trás ao ver a flagelação na parede oposta.
Um grupo bebe num jarro grande enquanto um outro mostra uma mascara com olhos esbugalhados.
É dia de núpcias, símbolo da felicidade extraterrena.
Uma iniciada em pé e outra de joelhos prosseguem para a revelação da “mística vannus”, isto é, estão para descobrir o “phallos”.
Divindade de asas roxas que voa sobre a iniciada que assustada refugia-se no seio da piedosa companheira.
A última prova: um banquete, as iniciadas dançam, felizes e livres.
Alegria dos humanos, quem desfaz todas as preocupações, traz o sono e o esquecimento da miséria cotidiana.
Fim.
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